4.7.10

TUBAÍNA DRINK BLUES; Max Weber de tanguinha socada no rabo e as teses de cristal se espatifando na ponta da 7.6.5...


Abri a janela do meu quarto. Vi o mundo.

A vida aqui na City é um trampolim; Vai pra cima e pra baixo, abaixo disso, lôdo.

Ainda restam aqueles que no meio do inferno, insistem em andar com lencinhos umedecidos nos bolsos, em lavar a mão depois de ir no banheiro. Pensando bem, tem gente sadia demais no mundo, mas mesmo assim a doença pega a todos.

Mais uma algomeração na esquina de cima. A página de “cultura” do Caderno 2, do jornal dos modernosos, no chão, empalpado de sangue, cobrindo um pedaço do que um dia foi... alguém. A mesma cena de sempre...

A Gorda dono de nosso prestimoso hotel, fazendo a resenha do ocorrido, o povão em volta, os canas guardando o preseunto para os pivetes não roubarem as roupas, o tenis, um possivel relógio... Para o desgraçado chegar vestido no inferno.

Peguei um copo, fui na geladeira, enchi um copo de gim, misturei com tubaína de limão, dei um gole e voltei a janela. Vi uns carinhas novos no rebolo que cercava o presuntão. Era os moleques que estudavam ciencias sociais. Devem estar lá pensando a respeito ou seja; Já, já sai uma tese “nova” pra tentar explicar o que houve.

Ao lado, alheio a isso tudo, vi o outro, meu “poeta” sem sua mochila nas costas mas, munido de rayban na cara e um saco de pãezinhos quentes debaixo do suvaco. Passa incólume, indiferente pela confusão como se nada tivesse acontecido. “Foda-se essa porra...” - Devia pensar. Nem olhou pro lado do presunto e sacou do celular do bolso. Já até fui procurar o meu. Sabia que ele já ia me encher o saco. Temos algo a fazer.

Enquanto chineses são empilhados num conteiner, africanos tentam embarcar nos teco-teco da vida com a barriga cheia de coca, a gente cria. Produz. Para que? Confesso que ainda não sei...

O mundo é um lugar subversivo. Eu deveria ter ficado inerte, quieto mesmo no porão de onde nasci e vivi. Teria me dado melhor do que quando resolvi colocar os bagos pra fora.

Tem tubarão demais no sobe e desce da maré, e o lugar todo fede a peixe morto...


SOCIOLOGIA DE APARTAMENTO













































4 comentários:

Erika disse...

ahhhh THE Vox!!! Vc é o CAra!

Lucas disse...

então eu ja gosto pracas desse estilão nonsense apocalipse dos textos, ae o Vox só arremata a catarse... kkk

Camila disse...

poooo que 10 que ta o texto! Agora, esse ae do flyer do The Vox é o huey newton? Os panteras são mais uma referência de vcs?

Carla Argento disse...

O pior é que eu agora to aqui imaginando o Max Weber com a tal tanguinha... kkkkkkkkkkkk...

ótimo texto!!

beijin


ps: Pra por no mailling: argentoc@hotmail.com