
Groovão é um negão malandro e descolado que perambulava pelos de uma “ex cidade grande”. Aí com a Decadência na City, o negão não precisava mais se refugiar em guetos. Quando o coro comeu feio, cada qual lutou por sua fração e a que Groovão descolou foi bem grande...
A parte alta da City, tinha uma avenida que era seu grade orgulho. Centro empresarial de sei la que casa do caralho... Agora não é mais porra nenhuma. Uma rua enorme no meio do nada. Atrás ficavam umas alamedas de bacana, onde pessoas como o Groovão não eram la, muito bem vistas. Bom, se ele é bem visto hoje num sei. De concreto, hoje se sabe que ele TOMOU aquela área e mais umas 5 alamedas, City abaixo.
E a área dos negão, na City, agora tem nome. O VALE DOS CARAS PRETAS. E agora, Groovão não era um qualquer...
Desfilava pelas alamedas balançando sua corrente e colar de 5 cm de espeçura – puro ouro – com seu jeitão de andar indefectível, sempre tramando o plano perfeito. Groover começou nessas, como lider de uma pequena gangue de fracassados que vivia de criar golpes mirabolantes, que envolviam carros potentes, rastreadores de raio lazer e outros brinquedos altamente tecnológicos, para assaltar a padaria da esquina.
Dormiram nesse barulho.
Todos sabiam da capacidade de “inventar” do Groovão e isso lhe deu o apelido de sonhador. Pois é. Que sonhou foi o resto todo. O Negão fez sua correria, e agora paga de patrão com seu sobretudo de pele de onça. Banca um estúdio pra molecada da cara preta brincar de música. Vira e mexe me chama para fazer uns trampos por lá. Vou, gravo uma ou outra base de baixo. Quando termino ele vem; Palito de dente no canto da boca, andar suingadão, unhas postiças, pintadas... Mete a mão no bolso, saca de um plaquê de grana e me paga um montão:
“Ta bom assim maestro?”
“Você que manda Groovão...”
“Isso! Por isso gosto de você maestro. Sabes quem manda. Precisar aqui, mando ligar pra você...”
“Tamo ae, sempre...”
Meto a grana no bolso, caio fora, e no rolê penso – Essa é a diferença:
Uma chave no chão e o negão se abaixava e enfiava no bolso. Seria só mais uma chave perdida no meio fio do gueto, mas não para ele. Teve a certeza de que aquela chave Seria seu passaporte da miséria para seu mundo de grandes glórias e conquistas. E foi. Mas esse papo de “cnquistas e glórias”, vicia...
Outro dia encontrou outra dessas... “chaves”. Chamou a Elite de sua agora, conceituada gangue de bandidos bons e foi até onde descorira que as distintas abririam;Um enorme depósito na parte baixa da City, lado sul, área dos Chinas. Encontraram vários carros de luxos, alguns milhares de milhões em ouro, diamante e verdinhas. A bandidagem sentiu a boca cheia d'água de vontade de fazer a boa. Mas Groovão ordenou diferente:
“Vamo vazar daqui, agora!”
Todos pularam em seus Camaros e sumiram. Ninguém sabe ao certo o porque da decisão do criolo. Há tempos anda sumido da área. Dizem que está fora do Brasil e a molecada Cara-Preta, segue tocando o estúdio, com seus raps afiados e suas bases tomadas de discos clássicos de jazz. Bem...
Há quem ache que Groovão deu mesmo o fora, para não descolar um stress com os chinas, evitando assim que estes, comessem o rabo dele com pimenta, aquela mesma...
A pimenta que eles dão de brinde na feira, quando você compra pastéis.
O LEVANTE DA FALANGE BLACK FACE by...
