18.6.10

A QUANTIDADE NECESSÁRIA DE MALDIÇÃO PARA CORRER EM VEIAS PODRES. E uma certa saudade do inferno que Dante não conheceu (Por falta de tempo...)


Parei o Dojão na frente do hotel para descer umas porcarias. Na hora a Gorda já veio me falar um monte de merda. Aproveitei e deixei tudo as mocilha fedorenta em cima do balcão dela. Fui deixar o carro no terreno baldio, ao lado. “Estacionamento dos moradores...”

Bem vindo a City.

Ela resmungou alguma coisa sobre o outro que trampa comigo, parece que o cara deu umas porrada nela, sei lá. Dei as costas, tava podre. Ainda bem que morava no segundo andar. Menos escada.

Precisava de um banho, de cama, de comer, cagar e dormir. Fiz isso por três dias e no final o saldo foi uma beleza...

Resto de suco de laranja na geladeira, maionese estragada. A barba por fazer e o tempo que faz questão de se arrastar na minha frente. Dei uma cagada e ao puxar a descarga. nada de água. Como pode alguém viver sem prazo de validade, sem papel higiênico? Espremo uma espinha...

Porra, quase cinquenta na cara e ainda tenho espinha!”

Telefone toca. O identificador diz que é o outro lá que trabalha comigo. Dom Quixote De La Máquina Lettera... mal cheguei e o puto anfetaminado já ta me enchendo...

Fala”

E aí, mano? Onde você tá? No mato, ainda?”

Não. To um andar abaixo de você mas nem vem; To cansado não vou fazer porra nenhuma agora. Nem mesmo receber a sua pessoa aqui, embora eu saiba que tu também não faz questão alguma de visitar o amigo para ver se o mesmo, econtra-se bem. Acertei?”

Em cheio!”

É, imaginei...”

Seguinte; Fica ae de boas hoje. Mas amanhã já temos que fazer um corre na Fábrica. A parada ta ficando quase pronta. Ainda apanho de um detalhe ou outro... Mas ta rolando. Precisamos acertar umas parada...”

Ta. E o o outro das pick up? Fez o dele?”

Sempre. Ce ta ligado que o elemento não falha.”

Beleza, depois falamos. Já que nada deu errado...”

Não nessa parte. Abraço”

Outro.”

Desliguei o fone e pensei; “Como não tem nada errado??”

Uma sucessão de erros apontam pra porta dos fundos, pra .45 embaixo do travesseiro, mas eu insisto e o sol parece que paga pra ver e continua nascendo pra todos, até os que estão enterrados, só com a cabeça pra fora da areia, com as ratazanas lambendo a cara, mais morto do que os zumbis da noite de horrores.

Não tenho vergonha de intimar um x-salada fiado no boteco. Não tenho vergonha de testar a paciência do meu anjo da guarda enquanto a Colt 45 fala alto na quebrada, deixando a parede do beco com crateras que nem as da minha cara.

Não tenho vergonha da minha cara enrrugada esburacada e amassada, do hálito podre de uma vida inteira no purgatório, sem chance de esmola por parte do diabo ou seja lá quem for o responsável por esta merda que uns chamam de vida... A porta do apartamento estava aberta e a vi terminando de atender um “cliente” Dei logo a letra:

Helena o negócio é o seguinte:: vc tem duas horas pra parar de brincadeira e fazer um café dos bons pro negão aqui.”

A vida, com alguma experimentalha e um pouco de café fica razoavelmente, menos pior...

7 comentários:

Lucas disse...

aeeeeeeeeeee ja tava com saudade também mano!! Minha"maldição é esse blog!! hahaha... Texto maneiro, clasicamente niilista, gostei!

Carolina Soren disse...

pois é, viciam a gente depois vão embora!! kkkk... Mas eu não acho tão niilista assim, porque parece que esta acontecendo uma trama entre os elementos... hummmm mistério, hitchcock, a trama seria TRAMA MACABRA? kkk... Mas ó; Eu acho legal esse revezamento que vcs fazem entre som e imagem. é uma ótima solução para abrir espaço e dar novas dicas, tipo; Amei esse Mama Gumbo ae do vídeo. Eles são amigos de vcs?

ah; Gostei dessa pegada do texto, ja ta dando pra sacar quem é um, quem é outro...

bjinnn

Roger disse...

Classe!!! Texto que lembra um pouco umas passagens de Sexus do Henry Miller. Pelo menos do que eu entendi daquele livro. Muito bom mesmo e essa banda ae eu manjo, cara. Lembro que eles ganharam aquele pib, Projeto Instrumental Bruto no Berlin mas num era essa formação ae do vídeo, tinha um trombonista e tals... Mas gostei muito dessa nova, batera quebradona, muito bom. Mas Eu concordo com a Carolina aí que parece que algo vai rolar...

Carla disse...

Nossa TA UMA MERDA ESSA PLAHÇADA DE "CONTAS GOOGLE". Eu tenho ue sair da minha porque os e-mails dão erro, hunf... Mas falando do texto, aí que tá; Essas ambiguidaes dos textos são uma delicia de se ler. Não ha niilismo na ação do personagem mas, dentro dele, na alma. Da impressão de que ele faz, mas ao mesmo tempo, não acredita no que faz e num sabe também porque aceita fazer, ah sei lá... Sei que é muito bão kkkk. E essa banda de jazz? Tem cd? Adorei

Tinho disse...

Ixi mano mó som ein?! Tambem ja tava om saudade dos testo
um salve ae

MARCELO MENDEZ disse...

Galera muito obrigado pelas visitas, sempre mas ó... Menos, bemmmm menos; Agradeçemos o carinho mas HENRY MIILER?!?! hahahaa? Muita bondade de sua parte Roger mas aeeeeeee vc ta falando de um vagabundo véio da diretoria, particularmente MEU HERÓI, um dos maiores nomes não só da literatura mas, da cultura do povo norte americano. Monstruoso esse cabra. Nos sentimos todos envaidecidos mas a distancia que separa a gente do grande Miller é como de Santo André a Marrakesh... hahaaa

Abraços e obrigado a todos

Paulinha Adadi disse...

ahhh mas é um texto classudão vá... Gostei demais e da banda também...