8.4.10

SIX BULLETS IN GOLD BLACK PUSSY THAT HEARING THE SOUND “BLUES WALK”; All the fault of Lou Donaldson.






















É dificil explicar porque se acha “tal noite linda” na City. Nada é lindo nesse lixo, dizer isso soua sem sentido algum. Mas eu também já toquei o foda-se para os sentidos jazia muito tempo.

Fato é que naquelas 22:55 da noite, achei que a noite tava linda.

Fechei meu livrinho do Deleuze. Eu só leio Deleuze quando não tenho absolutamente porra nenhuma pra fazer, o que não era o caso. Saquei de um cigarro do maço de Camel e fui fumar na janela de meu hotelzinho chinfrim. De lá via Boate do outro lado da rua. Fervendo!

Gente pra cacete, falatório, barulho da porra daquelas caixas de som mal equalizadas. Tocava um Odair José, jóiiiaaa; “Vamos fazer dessa noiteee... a noite mais linda do mundooo...” Até fila pra entrar tava rolando. Ah... Decidi enfiar uma calça, meter o all star no pé, pegar o meu ipod e descer. Sim, ipod; Eu devo ser o único (ou um dos poucos caras...) que vai em boate com ipod e fone socado nos ouvidos, bem alto! Nada contra o Odair. Me parecia até um cara legal.

Rapidamente estava atravessando a rua. Ulisses o segurança, segurava a fila no berro. Não da pra ser gentleman na city depois das 23 horas... Me viu e falou:

“Fala ae cara-feia... Vai entrando...”

Entrei.

Casa fervilhando de gente. Peão de obra, balconista de boteco em dia de folga, metalurgico fugindo da mulher, playba atrás de um bom pó, gringo e o diabo todo. As putas, todas de sainha, calcinha e shortinho. Conhecia todas mas apenas uma me tirava o juízo e vez por outra, algumas pratas que eu ganhava:

Neusona...

Que crioula era neusona!!!

A nega era grande; Mais de 1,80 de altura. Fortona, costas largas, peituda, cinturinha 42 e bundona imensa, linda, redondona mesmo. Toda durinha, a preta era só músculo, um tronco! Fodia como se o fulano fosse o último cliente da face da City. Como se fosse as suas últimas cem pratas faturadas na cabeça da rola alheia. Gostosa... Nega rebolava no pau que era uma coisa. E de quatro?

Tem uns babaca ae que acham umas ruínas gregas e umas pirâmide no meio do nada, “maravilhas do mundo”... Para mim, a maior maravilha do mundo era a Neusona de quatro. Que cu era aquele??! Empinadão, duro e aquela cara de safada dela te falando... “Vem logo que vai acabar seu tempo, hein...” Puta que pariu!!

Lamber aquele bucetão vermelho era o meu estado de nirvana!

Que vontade de ser um negrão desencanado!

Ela veio.

Me beijou com a boca de contini e saiu fora com um playba branquelão. Cara, nada me deixa mais puto que uma negona daquelas pagando pau pra branquelo playboy. Ainda mais Neusona. Caralho! Que porra passa pela cabeça dessa crioula?

Cadillac rosa, casaco de couro. Qualé a dela??

Ela pode ter isso e um pauzão pronto pra ação, mas foi lá, dar uma de dondodca com o branquelo. Agora é com ela. Não posso mais livrar a cara da preta.

Foda, Neusona, você é foda.

Triste a coisa toda ter de acabar assim, mas foi você que escreveu o “gran finalle”. Neusona minha deusa, a era do jazz tem muito barulho, cachaça e putaria, mas eu tenho cá meus princípios. Mandei fazer umas balas de ouro.

Afinal, você merece certos mimos...



10 comentários:

Elder disse...

Poouuutzzzzz Ficou fino demais esse post cara! Parece uns lance meio... ah sei lá, umas parada truman capote, sujão... mó louca essa imagem ae, os personagem do caravaggio se rendendo ao bundão da negona e velho... Que putas som é esse hein??? Jazzão mesmo, qual lou donaldson que eu acho isso? E mano a negona vai morrer?? mata não porra! kkkkkk

Ricardo disse...

Mas "O Vale Onde Nasce As Rosas Negras não é uma citação ao Cave, assim como agora vcs citaram o Lou Donaldson? Não vejo problema nisso, apenas vi alí algo que me lembrou o assunto.

A propósito ta muito bom esse texto. Bem noir, bem anos 50. Muito bom

Cecilia disse...

Eu achei interessante a linguagem mas não só a escrita. Me impressiona a versatilidade de vcs para lidarem com as coisas que vcs mais gostam (Mas de uma maneira sútil, não vejo nada entregue assim, muito de mão beijada...) como cinema, literatura, artes plasticas e principalmente música. Incrivel a diversidade e o conhecimento musical de vcs dois, um ou sejam lá quantos fazem essa City andar.

meus parabéns!

Cecilia Soares

A FABRICA... disse...

fica susse, ricardo. é que a gente não gosta mesmo desse negócio de colocar "etiqueta"em tudo.

Tinho disse...

O triste é matar uma nega dessas...

A FABRICA... disse...

Tinho, onde vc leu que ela morreu? Elder ja se ligou, vê lá... Valeu Cecilia e Ricardo... Ma só pra vc ficar feliz, ma feliz mesmo, vamo lá vá... ELWOOD VALEY é o nome de um bairro do Kansas onde nasceram as maiores divas do jazz americano. Em entrevista pra Revista Downbeat em maio de 1956, Dinah Washington se referiu ao lugar como "Born in the valley where the black roses" porque ela também nasceu lá. Vc encontra isso num livrinho do François Billard, chamado NOS TEMPOS DO JAZZ. Ele trampava na revista e foi o reporter. O vale que vc ta querendo fazer alusão é outro, de um livro de poemas do Nick cave, a quem gostamos e respeitamos. Daí eu vir aqui te dar essa letra. Pelo menos sua confusão foi digna e conceituada vá...

Carolina Sorenssen disse...

Esse blog é viciante... kkkk

Carol disse...

Descobri que lendo de madrugada tem o mesmo efeito de um tarkowski... Mas poxa, essa negona não poderia mesmo morrer, viu!

Patricia disse...

Poxa o Fabrica de Animais poderia ter um blog assim né? Por aqui fiquei sabendo do show do clube noir, porque não fazem um blog nesses moldes? Ia ficar Duca!

Fabio Polveda disse...

A neusona merece um longa metragem todinho dela, longe do lixo dessa city!