9.4.10

TESTE ÁCIDO DO SUCO ANFETAMINICO FOLK'N SOUL só pra contrariar o Hayes...


















Porque ela gostava tanto de trepar ouvindo essa balada?

Dizia que via anjos... Ah pra porra, que coisa mais cafona! Brega!

Ela transava comigo, gozava comigo, dizia que me amava e via “anjos”... Mas de olhos fechados e pensando na música do negão?? Grande Hayes! Tu é mesmo, O Cara!

E esse anjo?? Como seria eu, por exemplo, de anjo? Na City? Pss.... Paia.

Da pra ver; Um anjo perdendo as penas das asas e caindo, raspando o joelho no chão duro, do asfalto quente. Do outro lado da rua, ela assiste tudo, sentada sujando seu x-qualquer coisa com maionese e catchup. Mas o refri é diet!!

Walk On By...

Alguém foi embora. Porque haveria de ficar nessa porra também?? As coisas estando certas, em seus devidos lugares, que mais precisa ser feito? Mas estão nos seus lugares??

Entra uma orquestra...

Ela com um vestido vermelho, dando uma de Jessica Rabbit. Ver seu corpo deslizando suave, refletido pelo brilho dos tacos – que belo piso tem a boate, deve ser cera canário -, só aumenta a distância, a solidão enquanto despacho o meu corpo cansado e maltratado, cheirando a desodorante “Très Bruit de Marchand” vencido, pela porta à fora, pela city & suas sombras que atendem por nomes curtos e desdentados.

Solidão barulhenta e harmoniosa e eu, anjo, fico de saco cheio. Quero ir embora, voar mas faltam penas nas asas, o voo fica rasteiro, rente ao chão, cego, não ultrapassa as janelas da sacada da Boate Vizinha...

Poderia ter um final feliz mas não concordo com essa "felicidade de plano de capitalização" chegando só agora. Não daria certo.

Não existe linhas de onibus para o céu, Isaac Hayes...


Um comentário:

Marina Amorin disse...

hummm temos aqui um surto de mala amados, regado a alguma lisergia e uma mágoa, sei lá... só sei que Walk On By é uma D-E-L-I-C-I-A!!! RSRSRS